Avaliação: o SUV “piracicabano-coreano” Hyundai Creta

Lançado em dezembro do ano passado, o Hyundai Creta só começou a ser vendido em janeiro deste ano de 2017. Até agora, o modelo vem construindo uma trajetória ascendente de vendas, sendo o quarto SUV compacto mais vendido do país em 2017, com mais de 20 mil unidades em apenas sete meses. Estes números são realmente expressivos em virtude do péssimo momento que o setor vive no momento.

Trata-se de um começo promissor, mas ainda é cedo para saber se o utilitário-esportivo vai se estabelecer na cabeça do segmento mais disputado do momento, e dotado de adversários fortíssimos. A estratégia da marca é muito boa, contemplando desde uma versão de entrada com motor 1.6 e câmbio manual (a partir de R$ 72.990), para brigar com concorrentes mais simples, como Ford EcoSport e Renault Duster, até uma com motor 2.0 automática, bastante equipada, totalizando cinco versões.

Super Top Motor avaliou a versão Prestige, a topo da linha que é equipada motor 2.0 flex (potência de 156cv (gasolina)/166cv (etanol) de potências máximas a 6.200rpm, e torques máximos de 19,1kgfm (gasolina) e 20,5kgfm (etanol) a 4.700rpm) e câmbio automático de seis velocidades, ambos “importados” do sedan Elantra. Conta com sistema stop/start. Os freios são a discos ventilados na dianteira e tambores na traseira, com sistema ABS. A direção é do tipo pinhão e cremalheira, com assistência elétrica.

O design do Hyundai Creta não agradou: bem “quadradão” com linhas extremamente retas e que poderiam ser, digamos, suavizadas pelos designers brasileiros e coreanos! Suas dimensões são: comprimento, 4.270 mm; largura 1.780 mm; altura 1.630 mm; entre-eixos  2.590 mm; altura em relação ao solo190 mm, com ângulos de entrada e de saída de, respectivamente, 21/28 graus. O peso é de 1.399 kg.

O interior  do Hyundai Creta reserva bom espaço para os passageiros do banco traseiro, que contam inclusive com saídas de ar-condicionado (é o único utilitário compacto a oferecer este mimo), que ajudam a climatizar aquela área mais rapidamente. Mesmo com o túnel do assoalho mais baixo, o passageiro central não encontra conforto, apesar de contar também com cinto de três pontos e apoio de cabeça.

Na frente, o banco do motorista conta com refrigeração, que proporciona muito conforto nos dias quentes, principalmente porque os bancos são revestidos em couro. O porta-malas tem bom volume e abriga sob o assoalho o estepe de uso temporário. Como em quase todo veículo atual, a coluna C larga compromete a visibilidade traseira durante as manobras.

Os bancos são revestidos em couro na cor marrom, o que deu um visual muito bacana na unidade testada, que também tinha a carroceria marrom. Nesta versão, o painel e as portas também trazem um acabamento em plástico texturizado marrom, mas tudo bem dosado, sem aquele exagero monocromático, já que os painéis de porta, volante e apoio de braço trazem couro preto. O único porém do acabamento é o aspecto do plástico preto usado no interior, que é um pouco brilhante. Ainda assim, o toque nesse material não denota falta de qualidade. No mais, tudo muito bem-acabado e montado. Até os tapetes de borracha não comprometem o interior do veículo.

Funcionando a partir de uma tela tátil de sete polegadas, a central multimídia blueNav traz o necessário para o entretenimento, comunicação e informação: navegação GPS, telefonia e mídias (rádio, USB, entrada auxiliar e Bluetooth com streaming). O sistema é compatível com Apple CarPlay e Android Auto, interagindo com os smartphones. A central também oferece reprodutor de fotos e vídeos, além de reproduzir a imagem da câmera de ré. Volante conta com comandos de áudio e telefonia.

E como é a sensação de dirigir o Hyundai Creta. Com bom torque em baixa rotação, seu motor 2.0 pr0porciona um rodar na cidade é agradável. Com respostas rápidas e vigorosas, retomadas e ultrapassagens na estrada são feitas sem esforço. Mas o bom desempenho cobra seu preço. Mesmo trazendo o– que desliga o motor quando o carro está parado e o liga automaticamente assim que se tira o pé do freio –, o Creta está longe de ser econômico.

A suspensão acompanha o ritmo do veículo, mantendo-o de pé em curvas, sem inclinar a carroceria, além de filtrar muito bem as imperfeições da pista. O isolamento é tão bom que tira a impressão de velocidade do veículo, mas não é capaz de esconder o berro do motor quando em alta rotação.

Texto e avaliação: Joka Finardi

Fotos: Edu Nabuco

 

 

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