WR-V, novo SAV Honda

Novo Honda, tudo para liderar marca
Novo Honda, tudo para liderar marca

Passo corajoso, Honda Automóveis desenvolveu seu primeiro veículo no Brasil. Nada do figurino praticado nos 20 anos de industrialização, apenas ajustando projetos estrangeiros às características nacionais, mas a liberdade de desenvolver produto único. É o WR-V, à primeira vista imaginado como um Fit com as extremidades modificadas, mas visto em detalhes passou por grande evolução. É o corolário da implantação de centro de pesquisa e desenvolvimento, hoje com 300 engenheiros, em seu primeiro exercício de independência. Dedicaram-se a analisar exigências de mercado e compradores brasileiros, e à criação de novo produto com características diferenciativas dos outros SAV da Honda para restringir a canibalização. Plataforma foi esticada para permitir maior distância entre eixos, no caso 2,55m. Bitolas alargadas a 1,49 e 1,47m dianteira/traseira, suspensões revistas, amortecedores com mais capacidade, novas peças desenvolvidas, buchas aumentadas para cumprir pretenso uso: elevar-se quase 4 cm e oferecer estabilidade e bom controle. Lista das peças mudadas é grande, incluindo até a caixa de direção com assistência elétrica agora com 3 pontos de fixação. Trabalho de fôlego e pouco visto.

Pretensão da Honda foi criar produto novo, com cara de SUV, apesar de o projeto não consentir a tração nas 4 rodas, marco separador entre esses e SAV. O tratamento foi para dar-lhe cara de valentia com mais altura do solo, 17,9 cm, e capacidade de enfrentar os buracos e os desníveis dos pisos da América do Sul. Emprega rodas de liga leve, aro 16”, pneus 195/60, com lateral de quase 12 cm, medida apta a enfrentar buracos razoáveis sem corte. Design auxilia com a frente elevada e atrás as grandes lanternas abraçando as laterais sugerem largura. Será exportado a países vizinhos e Honda na Índia querer produzi-lo.

Apesar de mais espaço aos passageiros e bagagens, do aumento a 4,00m de comprimento, e da colocação mercadológica com preço abaixo do HR-V, Honda não descurou do interior, revestido em plástico preto de boa qualidade, com insertos de frisos em cromado fosco. Estofamento mescla tecido liso ou estampado, e partes em cinza ou laranja com sobre posição de uma espécie de véu. É simplificado relativamente ao Fit e ao HR-V, entretanto bem ajustado quanto a pretensões e colocação mercadológica, moldando seu próprio espaço.

Mecânica comum aos irmãos de linha, motor dianteiro, transversal, L4, duplo comando para 16 válvulas e o mecanismo V-Tec, desenvolvido para a Fórmula 1 e aplicado aos carros de produção em série para melhor eficiência na abertura e fechamento de válvulas. Produz com gasálcool e álcool, 115 /116 cv a 6.000 rpm, torque de 15,3/15,2 m.kfg a 4.800 rpm. Transmissão CVT com conversor de torque, tração dianteira.

Com tal conformação e desenho mais limpo, quer aumentar o poder de competitividade da marca, para operar em faixa inferior de preço ao HR-V, cuja versão mais econômica anda em torno de R$ 90 mil. Preço não divulgado, mas projetado a partir de R$ 70 mil.

Sigla resume WR-V Winsome Runabout Vehicle, ou veículo recreacional e cativante. Winsome significa alegre, agradável e atraente em inglês. Das marcas operando no Brasil, Honda lidera no uso de termos ingleses.

Lançamento em 15 de março, comercialização imediata. Projeção necessária, o WR-V por desenho, constituição, preço e a demanda do mercado por SAVs, pode se tornar o mais vendido da Honda. Companhia anseia por retorno às vendas: fez fábrica nova em Itirapina, SP, inaugurou, – e fechou. Mantém 30 engenheiros de manutenção operando as máquinas, à espera de demanda de compra para esgotar a capacidade industrial da fábrica piloto em Sumaré, a 100 km, e permitir operar a fábrica nova.

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Um picape, três caras, três marcas

Nissan acelera para iniciar vender novo picape no Brasil e na Argentina até março, em coincidência com o ano assinalador da tradição de faze-los há oito décadas. Quer iniciar formar mercado até demarrar produção do novo modelo no vizinho país. Leitor da Coluna sabe, a Renault, sua associada, cedeu parte em sua fábrica de Santa Isabel, Córdoba, instalada pela IKA-Willys, pioneira no país e ali serão produzidos.

Curiosidade é o fato de ser um picape Nissan a ser vendido com três marcas. A óbvia Nissan; a hospedeira Renault; e a associada Mercedes-Benz. Processo industrial acertado pela simplicidade, a Nissan produzi-los-á em três versões. Com a sua cara; trocando para lamas, capô e grade para ter assinatura Renault; e, serviço mais amplo, manterá a cabine mas nela aplicará maior quantidade de partes para ser identificada como Mercedes, além de utilizar motor desta marca. Será o de maior destaque, pois a marca estrelada quer tê-lo dentro da imagem de seus produtos. Terá melhor isolamento termo acústico, painel diferente.

Produção imaginada após o Salão do Automóvel, outubro 2018.

Mercedes picape
Mercedes picape

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Roda-a-Roda

Trombada – Em intensa campanha para aceitação mundial Mustang deu grande susto à Ford. Nos testes de impacto pela EuroNCAP avaliando a segurança dos veículos vendidos na Europa, levou nota 2 em escala de 5. Pior avaliação geral em nove anos e ante o modelo anterior. Problema nas bolsas de ar.

Mustang reprovado pelo EuroNCAP
Mustang reprovado pelo EuroNCAP

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Curiosidade – Por menos de 1% – 10,3M x 10,2M – fechados números mundiais Volkswagen aparece como a marca mais vendida do mundo em 2016. Superou a Toyota, líder nos últimos 4 anos. Como registro, foi o ano do Dieselgate para a VW e o Brasil deu pequena ajuda de problemas sustando produção por conta da falha de fornecimento de auto peças.

Surpresa – Durante assembleia para acionistas e investidores, Dana de autopeças anunciou fornecerá eixos para o Ford Bronco, previsto para 2020.

P’ra valer – Volta empregará, como picapes F 150 e Ranger, aços especiais e alumínio militar para reduzir peso. Diferenciais serão AdvanTEK, rígidos na dianteira e traseira. Uma curiosidade. Há anos, após série de acidentes com SUV Explorer, Ford trocou os traseiros pelos articulados. Rígidos apenas nos picapes.

De volta – Quando produzido, 1965-1996 Bronco tinha mais garra para andar em lugares sem estrada e mais velocidade no asfalto. Volta foca no Jeep Wrangler e suas características, incluindo capacidade de ser personalizado.

Porque não? – Curioso Ford projetar produto novo quando poderia partir do chassis rolante do Troller, recém desenvolvido por ela no Brasil e teoricamente aplicável ao desejado jogo duro. Utiliza boa parte de componentes do Ranger.

Ajuste – Uma das medidas da Volkswagen para solver questão dos motores diesel de automóveis poluindo acima das normas legais, foi recomprar centenas de milhares de seus veículos. Solução legal, logística problemática.

E aí ? – VW da América tem imensurado mar de VWs e Audis  estacionados em enormes áreas alugadas enquanto busca solução. Atualiza os sistemas? Substitui motores por versões a gasolina – operações gigantescas em movimento e custos – para vender como usados? Esmagá-los, como já o faz, para usar os ferros caros transformados em sucata? Ou manda-os à Russia para revende-los a preço de liquidação em mercado sem rigor com emissões poluentes?

Não sabia – Semana passada seu ex-poderoso CEO Martin Winterkorn depondo em comissão de deputados alemães, disse ter sabido dos truques de engenharia para burlar as regras de emissões poucos dias antes do escândalo surgir. Autowäsche – Procuradores federais contestam mostrando, em meio à montanha de e.mails enviada num fim de semana, um ano antes do escândalo, problema foi levado ao seu conhecimento. Mandados judiciais autorizaram buscas em 28 casas e escritórios. É a Lava Jato de lá, a Autowäsche.

Renovação – Mercado automobilístico argentino cresce lentamente após grande queda causada pela crise no Brasil, comprador de metade de sua produção.

Conversa – Buscando solução governo Macri discute sugestão de empresários: isenção da carga tributária. Há margem para redução. Lá automóveis recolhem entre 54 a 65%. Renovação recebendo usados não deu certo.

Novidades – Chery confirmou acrescer o suv Tiggo II e o sedã Arrizo 5 em sua linha de produção na fábrica de Jacareí, SP. Tiggo abril, Arrizo 5 em setembro.

O que – Tiggo, primeiro representante da marca no país, terá motor 1,5 flex e transmissão CVT de 5 marchas.

Tiggo II, produção local em abril
Tiggo II, produção local em abril

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De novo – Ford iniciou produzir o EcoSport revisto e melhorado. Frente nova, realce para conectividade, estepe mantido na tampa traseira, curiosa preferência nacional. Ex líder solidário vem despencando em vendas e agora enfrenta renca de competidores. Fevereiro avant première à imprensa. Lançamento em março.

Sinal – Eco já foi o queridinho do mercado, onde exclusivo fazia a festa e muitos lucros. Chegada do Duster e novos participantes no segmento restringiu vendas. Nesta semana, em apresentações de novos savs, não foi citado como concorrente.

Mercado – Cálculos de crescimento doméstico de veículos leves têm projeções entre 5 e 10%. Entretando o de picapes e utilitários esportivos terão salto nas regiões de agro negócio. Previsão de crescimento da safra de grãos em 16% injetará cerca de R$ 237B no mercado.

Crescimento – Strasse, revendedora das preparadoras alemãs Brabus, Oettinger e Gemballa, cresceu 300% nas vendas em dezembro. De 1 veículo/mês foi a 3 unidades.

Clientela – Expectativa de Julico Simões, dono do negócio, é expansão maior em 2017. Conjuga redução de preços em até 20% acompanhando queda no valor do Euro, e financiamento em 10x por cartão de crédito. Degrau inicial é o Mercedes C 180 por R$ 168.800, e vai a R$ 3.037.000 para o S 65 Brabus Rocket.

Aumento – Em 2016 Ford cresceu 10% no segmento de picapes médias. Maior expansão faixa dos diesel, onde versão 2,2 com transmissão automática auxiliou versões intermediárias crescer 31%.

Re call – Fiats Punto em chamada para verificar e trocar o eixo traseiro. Um dos fornecedores cometeu erro técnico e peça pode trincar e romper-se. Não há ocorrência mas Fiat se previne. Tens? Veja em www.fiat.com.br

QuestãoCADE – Conselho Administrativo da Defesa Econômica, do Ministério da Justiça, travou a compra da distribuidora e revendedora de combustíveis ALE pela Ipiranga. Justifica como redução da concorrência, e lembra os sete processos sobre cartelização dos preços por redes de revendedores.

Apoio – Inglesas BP e Castrol novas patrocinadoras da equipe Renault na Fórmula 1. Fornecerão combustíveis e lubrificantes. Próximo movimento, produtos Renault e Nissan em todo o mundo deverão ter óleos Castrol como primeiro enchimento e para futuras trocas.

Confiança – Imagem da categoria máxima do esporte motor ajuda vendas e faturamento. As inglesas acreditam no time francês superando a alemã Mercedes, vencedora nos últimos anos.

Outra ? – Da usina de boatos da Fórmula 1, mais recente diz Bernie Ecclestone, 86, após deixar o comando do negócio, voltaria com nova categoria, distante dos custos da Fórmula 1 e da insossa e inodora Formula E.

Outra – Tiago Songa, organizador da Pé na Tábua, corrida de calhambeques, conseguiu viabilizar a 7a. edição. Perigava pelo mau estado do asfalto onde realizado, em Franca, SP. Será no final de semana de 11 a 13 de março. É a corrida mais divertida do país. A fim ? www.penatabua.com

Cartaz do Pé na Tábua
Cartaz do Pé na Tábua

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Gente –  Maxwell Vieira, 31, bacharel em direito, promoção. OOOO Diretor de Habilitação do Detran/SP, foi à Presidência. OOOO Coerente. Seu nome foi marca de automóvel até os anos ’20 nos EUA quando assumida pela novata Chrysler. OOOO Rafael Miotto, engenheiro mecânico e de armamentos, promoção. OOOO Diretor de Produtos e Serviços da CNH Industrial – marca Fiat de tratores e máquinas de construção -, novo Vice Presidente para América Presidente para América Latina. OOOO Luiz Carlos Mendonça de Barros, economista, presidente do Conselho da Foton, trabalho. OOOO Acumulará a executividade da presidência às vésperas do lançamento dos caminhões da marca. OOOO Bernardo Hamacek, na função desde o surgimento da companhia, saiu ou saído sem explicações ao mercado, exceto o carimbo de novos desafios... OOOO

 

 

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